As colinas logo atrás da cidade de Verona ficaram conhecidas pelos grandes Amarones della Valpolicella que lá nasscem, mas muitos outros estilos de vinho são produzidos sob a denominação de Valpolicella – desde simples tintos do dia a dia até vinhos de sobremesa. Saiba Tudo Sobre Vinhos italianos com a Grand Cru!
Foi o surgimento do Amarone della Valpolicella – e o seu sucesso entre sommeliers, críticos e enófilos – que chamou a atenção do mundo do vinho para as colinas localizadas logo atrás de Verona, no Vêneto, nordeste da Itália. Embora seja esse o seu ícone, a região produz diversos estilos de vinho que merecem atenção de amantes de vinhos italianos.
Recioto della Valpolicella, o principal vinho de sobremesa do Vêneto
Eis o vinho que, por engano de um enólogo, deu origem ao Amarone della Valpolicella (saiba mais abaixo). Depois de colhidas, as uvas autóctones da região – principalmente Corvina, Rondinella e Molinara – eram ressecadas por seis meses em esteiras de madeira em um galpão ventilado, processo conhecido por “appassimento”, e então prensadas para dar origem ao Recioto. Durante o processo, as uvas perdem água e concentram açúcares, acidez, sabores e aromas. Antes de completar a transformação de açúcar em álcool, a fermentação era interrompida, resultando em um vinho doce, pouco alcoólico e complexo.
Amarone della Valpolicella, o grande ícone da Itália que nasceu por engano
Reza a lenda que o Amarone della Valpolicella surgiu há aproximados 70 anos por erro de um enólogo. O erro que teria cometido? Ele simplesmente se esqueceu de interromper a fermentação e todo o açúcar foi transformado em álcool, resultando em um vinho amargo se comparado ao Recioto (daí o nome!). Amarones são vinhos secos, extremamente intensos, encorpados, alcoólicos e complexos, justamente por serem feitos com as uvas apassitadas.
Ripasso della Valpolicella, entre o Amarone e o Valpolicella Classico
O Ripasso está exatamente entre o Amarone e o Valpolicella Classico. Isso porque são vinhos feitos misturando-se ao Valpolicella Classico um pouco de uvas apassitadas, usadas para fazer o Amarone e o Recioto. O vinho é refermentado até o final, transformando o açúcar em álcool. Basicamente um Valpolicella Classico com toque a mais de complexidade e corpo – uma excelente porta de entrada ao grande ícone da Itália (que certamente terá preços mais amigáveis!).
Valpolicella Classico, os tintos do dia a dia
Os tintos mais simples do Vêneto são conhecidos como Valpolicella Classico. Feitos com as principais uvas da região – as mesmas do Ripasso, do Amarone e do Recioto -, são leves e fáceis de beber. Justamente por não terem grande exuberância de aromas e pela alta acidez, costumamos dizer que são vinhos gastronômicos. Acompanham muito bem pratos com base de molho de tomate.
Por Gustavo Jazra